ARACAJU VIRTUAL colegio santana 02

Instituições de ensino da rede particular deram início na manhã de ontem ao ano letivo 2015. No Estado de Sergipe, cerca de 100 mil estudantes voltaram às aulas, destes, mais de 65% começam a se preparar para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Cada vez mais cedo, as escolas começam a preparar os alunos para a prova que substituiu o tradicional vestibular e tornou-se o principal anseio daqueles que pretendem iniciar uma vida acadêmica em unidade pública. Na capital, Aracaju, os preparativos metodológicos com assuntos do ENEM começam a subir já nas primeiras aulas do quinto ano do ensino fundamental. Para esta nova temporada, a perspectiva das escolas particulares é redobrar as qualificações das disciplinas, em especial, português e redação.

Devido ao alto número de redações zeradas na edição passada, a estratégia de muitos professores é debater assuntos contemporâneos, factuais, porém, sem esquecer de abordagens diferenciadas que possam despertar o interesse do alunado em pesquisar e ampliar o conhecimento geral. Imprevisível, a tendência é que os próximos exames possam continuar enfraquecendo candidatos que apenas estude assuntos populares e que sejam manchete de jornais e revistas. Diante dos números negativos apontados na semana passada pelo Ministério da Educação (MEC), parte das escolas particulares mudaram a forma de ensinar e já começam a forçar do aluno nestes primeiros dias de retorno às aulas. Para muitos pais, essa atitude é bem vinda e recebe o apoio dos responsáveis.

Para o engenheiro agrônomo, Paulo Mathias Ribeiro, já passou o tempo nas qual as escolas utilizavam o primeiro dia de aula do ano para conversar sobre as férias e apresentar possíveis novos alunos. Segundo ele, um diálogo leve é ideal para aquecer os estudos, mas o repasse de conteúdo metodológico é preciso para que todos tenham consciência que o período de descanso já passou. “Não quero dizer que é preciso dar bom dia e já ir passando conteúdo, mas se fosse pra ficar de conversa o dia todo, então que conversassem em grupos pelas redes sociais e aplicativos de telefone móvel. A concorrência ferrenha está caminhando lado a lado de todos os futuros profissionais, por isso aprovo a mudança nessa didática de ensino dos professores”, disse.

Quem também aprovou a ampliação dos estudos dos filhos foi a nutricionista Marcela Vasconcelos que possui duas filhas, uma cursando o oitavo ano do ensino fundamental, e outra no segundo ano do ensino médio. No início da tarde de ontem, após rápido diálogo com as herdeiras, a mãe disse ter parabenizado alguns professores de uma escola instalada no centro da cidade. Para Marcela, o apoio e incentivo à ampliação dos estudos deve ser cadenciado entre os pais e a instituição de ensino. “Em casa elas já são cobradas por mim e pelo pai, e esperamos a mesma coisa aqui na escola. Confesso que fiquei assustada com os mais de 500 mil estudantes que tiraram zero no Enem. Não quero esse baque para mim, por isso, incentivo à leitura e sempre que posso participo de rodas de debate com as duas dentro de casa”, afirmou.

Apesar do apoio do pais e visível mudança estratégica de centenas de professores sergipanos, a psicóloga Helen Feitosa alerta para as necessidades de não explorar já nos primeiros dias a intelectualidade dos jovens aprendizes. Atenta para um possível regresso estudantil, a especialista garante que a melhor forma de promover progresso coletivo é mesclar o conteúdo didático, com temas variados que possam suavizar a absorção das informações. “Antes as escolas seguiam o lema de: ‘tudo no Brasil só começa depois do carnaval’. Agora, a situação é outra. As escolas particulares, em especial, desenvolvem melhorias na forma de repassar o conteúdo letivo, mas é fundamental que a variação de valores dos docentes esteja presente nessas primeiras semanas”, declarou.

Melhoria – Paralelo aos 500 mil alunos zerados na redação, o professor de língua portuguesa e desenvolvimento textual, Sávio Goes, o aspecto mais negativo resultado pelo Enem 2014 está nos 250 alunos que obtiveram a nota máxima. Com mais de seis milhões de candidatos, menos de 0,05% alcançaram o tão almejado 10 da redação. “Esse retorno frenético das aulas deve resultar em avaliações melhores, mas tem não se deve priorizar a redação e o português e esquecer das outras disciplinas também muito importantes. Eu participei de reuniões antes mesmo deste primeiro dia de aula e fui um dos que apoiei um regime mais fortalecido este ano. Nossos alunos são capazes e é preciso frisar que não registramos nenhum ‘zero’, mas é preciso cautela sim”, destacou.

Para as escolas da rede particular a expectativa é que 2015 possua até 230 dias letivos, 30 a mais do exigido pelo MEC. Durante estes dias divididos em dois semestres a carga horária de estudo permanece quase que dobrado em virtude de aulas e cursos extras, além dos estudos em tempo integral.

Fonte: Por Milton Júnior (Aracajufest)