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Enchentes: “centenas de milhões de pessoas” serão forçadas a migrar por causa de inundações

São Paulo ? Se nada for feito para reduzir drasticamente as emissões de gases efeito estufa, a humanidade enfrentará um futuro cinzento, marcado por secas, conflitos, inundações, insegurança alimentar e prejuízos econômicos.

O alerta consta de um rascunho da segunda parte do quinto relatório do IPCC, o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, que trata dos impactos e adaptações ao aquecimento global.

Cientistas e representantes de governos se reunirão em Yokohama, no Japão, a partir desta segunda-feira (24) para elaborar um resumo de 29 páginas, que será apresentado com o relatório completo no dia 31 de março.

O documento reúne o estado da arte das pesquisas científicas sobre as mudanças climáticas no mundo e servirá para nortear políticas e tomadas de decisão, como a definição de um novo acordo global de redução de emissões pós-Kyoto, em 2015.

Impactos

Segundo o rascunho, que vazou na Internet, “centenas de milhões de pessoas” serão forçadas a migrar por causa de inundações costeiras que afetarão suas terras com o aumento do nível do mar.

Com a migração em massa aumentam os riscos de violência e conflitos civis e fronteiriços. Europa e a Ásia aparecem como os continentes mais expostos às inundações.

A segurança alimentar também está sob risco: o clima severo reduzirá o rendimento médio das culturas agrícolas em pelo menos 2% por década, enquanto a demanda deverá subir 14% por década até 2050.

De acordo com o britânico Independent, um dos jornais que teve acesso ao rascunho, as perdas econômicas decorrentes do clima alterado são vultosas, beirando US$ 1,4 trilhão, ou cerca de 2% do PIB mundial.

Para cada aumento de um grau na temperatura, mais 7% da população mundial vai ficar com um quinto do acesso que tem à água hoje, acrescenta a agência AFP. E, no pior dos cenários, haverá três vezes mais pessoas vulneráveis a inundações causadas por rios.

O lançamento do relatório sobre impactos e mitigação das mudanças climáticas acontece seis meses após o lançamento da primeira parte do estudo da ONU.

Divulgado em setembro de 2013, o documento faz um diagnóstico das transformações climáticas em curso e afirma que há mais de 95% de chance do homem ser o maior culpado.

fonte:exame.abril.com.br