AJUDA NA FORMAÇAO DE ALUNOS

“A música pode mudar o mundo porque pode mudar as pessoas”, disse certa vez o vocalista de uma das maiores bandas da atualidade, Bono Vox, cantor do U2. Os alunos que participam da Orquestra Cidade de Aracaju (OSCAR) podem ver de perto essa realidade. Com ensaios que acontecem, no mínimo, três vezes na semana, os 250 alunos participantes têm a oportunidade de aprender o instrumento de sua escolha e se preparar para a próxima apresentação.

“A música ajuda na intelectualidade do aluno, ajuda na educação, pode até vir a ser uma profissão, porque aqui eles estão aprendendo brincando e depois, se quiserem, vão aprender seriamente e serão grandes profissionais”, disse um dos coordenadores do projeto, Alex Santos.

Atualmente, a orquestra é composta por 300 participantes, destes, 250 são alunos das escolas municipais Olga Benário, Jaime Araújo e Oviêdo Teixeira, e, os outros 50, são músicos profissionais que participam também de outras orquestras, como a do Vale do Cotinguiba, a da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e a Sinfônica de Sergipe. Estes músicos também são os professores responsáveis por ensinar aos alunos como tocar os instrumentos.

Os ensaios acontecem uma vez por semana, aos sábados, no Cultart, com o maestro da orquestra, Ion Bressan, e durante a semana os alunos frequentam aulas separadas por instrumento; estas acontecem de 2 a 3 vezes por semana e têm a duração de aproximadamente uma hora e meia. Os instrumentos são uma parceira da Prefeitura de Aracaju com a UFS e são usados exclusivamente pelos alunos da OSCAR.

Os professores ficam muito contentes em participar do projeto e de poderem ver de perto o avanço dos alunos, como é o caso do professor de trompete, Jesiel do Espírito Santo. “A receptividade é boa, eles têm muita vontade de aprender e a gente está conseguindo ter grandes progressos com o pessoal aqui”, contou. Ele também reconhece o significado de um projeto como esse para a vida dos alunos. “A importância da OSCAR é muito grande porque os alunos são pessoas de baixa renda e vai ajudar muito no futuro para eles não estarem nas drogas ou em outro lugar que possa desvirtuar o objetivo de vida cada um”, complementa.

Lucas Mendonça, de 14 anos, que está há apenas um mês no projeto, afirma estar bastante satisfeito com o aprendizado. “Eu acho bom porque a gente está aprendendo coisas boas e não estamos aprendendo violência na rua e outras coisas ruins. Ensaiar toda semana é importante porque a gente aprende mais. Se der certo, posso levar como profissão”, disse o futuro trombonista. Larissa Barbosa, de 14 anos, que toca clarinete, também compartilha da opinião do colega. “Esse projeto é muito bom, dá pra tirar as crianças das ruas e afastar das drogas”, conta.

Assim como Lucas Mendonça, muitos alunos pensam em levar a música como profissão, como, por exemplo, Eduardo Santos, que está tocando violino no projeto desde dezembro. “É muito bom porque a gente tem prazer em tocar e aprender as músicas. É importante ensaiar, porque se não vamos fazer feio lá no concerto. Eu penso em levar a música como profissão”, afirmou.

Mas mesmo que eles não sigam a carreira musical, a professora de violoncelo Evangierle Araújo acredita que as lições aprendidas vão muito além da música e podem ser levadas para a vida toda, em qualquer profissão. “Aqui, nós ensinamos a terem um domínio de si próprio, um foco na vida, mesmo que os alunos não venham a seguir a carreira, mas que levem para toda a vida as determinações, os focos de vida, toda essa parte de se focar em um objetivo e de ter regras”, explicou.

Fonte: SECOM Aracaju