Durante a temporada do 49º Simpósio do Encontro Cultural de Laranjeiras, promovido pelo Governo de Sergipe por meio da Fundação de Cultura e Arte Aperipê (Funcap), de 4 a 6 de janeiro, quatro espaços culturais em Laranjeiras estão abrigando exposições artísticas diversificadas, que abordam questões relevantes e oferecem novos olhares sobre a rica história e cultura sergipana. Os espaços funcionam das 9h às 17h.
“O Encontro de Laranjeiras abre as portas para as vivências culturais de Sergipe. O seu povo e a identidade preservada neste município é referência para Sergipe e para o Brasil”, destaca a presidente da Funcap, Antônia Amorosa.
Na Universidade Federal de Sergipe – Campus Laranjeiras, são duas exposições. A exposição ‘Nossos Mestres’ destaca as contribuições dos homenageados desta edição do Simpósio: Jackson da Silva Lima, dedicado aos estudos da literatura sergipana e do conto popular, e Mestre Raminho, rei dos Lambe-sujos, almirante da Chegança e Cacique dos Caboclinhos, cujas histórias são contadas por meio de textos dos professores e pesquisadores culturais Fernando Aguiar e Aglaé D’Ávila Fontes.
Além disso, a universidade é palco da exposição coletiva ‘Identidades Culturais, Raízes e Crenças’, que exibe obras de dez artistas: Davi Cavalcante, Edwyn Gomes, Wécio Grilo, Wendal Salvador, Nivaldo Oliveira, Negra Luz, Rafael Douglas, Dayanne Carvalho, Negalê e Ehvem.
Um dos artistas participantes, Wendal Salvador, compartilha sua inspiração por trás da obra ‘Nego Sergipe’ que aborda a negritude e sua afirmação. “Meu trabalho aborda, em parte, a negritude que é negada e quando o indivíduo passa a afirmá-la. A imagem traz territórios culturais de Sergipe a partir da negritude, abordando aspectos como culinária e religiosidade”, explica.
A Casa de Cultura João Ribeiro também é palco de duas exposições notáveis. A primeira é ‘O iluminar do São João Laranjeirense’, que apresenta indumentárias, santos, bandeirolas e outros símbolos ligados aos festejos juninos, que possuem grande importância para o estado de Sergipe. A segunda exposição, intitulada ‘Entre Críticas, Espelhos e Paisagens’, é elaborada pelo artista Ben Barr e busca chamar atenção para questões urgentes, como animais resgatados e abandonados e o problema das fake news, além de oferecer um novo olhar para as paisagens sergipanas que muitas vezes passam despercebidas.
Com o intuito de apresentar ao público o conhecimento e a riqueza da cultura proveniente do Candomblé, bem como abordar temas relacionados à ancestralidade, o recém-inaugurado Museu Afro Brasileiro recebe a exposição ‘Aiye Mi Terra’, com obras do artista Allan D’Xangô e curadoria de Jane Junqueira.
No Museu de Arte Sacra, a exposição ‘As irmandades religiosas e suas funções em Laranjeiras’ é destaque. Neto Oliva, responsável pela mostra, explica como funcionavam as irmandades religiosas. “Eram instituições compostas por leigos que se dedicavam a prestar total culto ao seu santo protetor, além de assistir seus membros e a comunidade. Elas foram responsáveis por dinamizar o culto católico nas diversas regiões desse vasto território”, elucida.
Neto Oliva também destaca as contribuições deixadas pelas Irmandades, ressaltando seu que elas proporcionam o enriquecimento do espaço urbano. “Construindo belas igrejas e capelas e introduzindo as correntes artísticas vigentes em cada período, seja na arquitetura, pintura ou esculturas. Além disso, deixaram um grande legado no âmbito da música sacra e ritualística”, complementa.