A brincalhona cadela Pandora, de apenas 3 meses, mudou o comportamento nos últimos 15 dias por causa de uma virose. Corpo trêmulo, olhos vermelhos e perda de peso repentina fez Antônio Ferreira usar o último recurso financeiro para pagar a conta da clínica de mais de R$ 600, a poupança. ?Sou assalariado. Não tenho como continuar mais aqui. Irei pedir autorização para cuidar dela em casa por não ter outra alternativa?, desabafa.
Pela ausência de um hospital público para animais em Aracaju, o serviço prestado à comunidade acaba sendo as clínicas particulares ou o hospital escola em uma faculdade privada, na Zona Oeste da capital que costuma ter uma média de mil atendimentos mensais e quatro cirurgias diárias.
“Não existe nenhum projeto sobre esse assunto na prefeitura” informa a coordenadora do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), Roseane Nunes. Para ela a iniciativa seria fundamental para esclarecer à população que o CCZ não é um hospital parta animais, mas um vigilante da saúde humana.
A cidade de São Paulo possui dois hospitais públicos para animais, administrados pela prefeitura, sendo o único modelo no país. O ?SUS dos pets? fica na Zona Norte e Oeste paulistana. O local prioriza atendimento de pessoas assistidas por benefícios sociais como o Renda Mínima e Bolsa Família.
Priorizar a Informação
Para o veterinário cardiologista, Fernando Morschel, não possuir um posto público que forneça informações e orientações desfavorece principalmente à população carente. ?Instruções como o tempo certo das vacinas, as doenças, como sarnas e leishmaniose e sua forma de transmissão do animal para o homem?.
Recentemente, a Organização das Nações Unidas (ONU) alertou que aproximadamente 70% das novas doenças que infectaram os seres humanos nas últimas décadas tiveram origem dos animais. A constatação, segundo a pesquisa, se deve a aproximação cada vez mais frequente do animal com o homem.
Alternativas
Até o fim deste ano, a Universidade Federal de Sergipe (UFS) vai inaugurar o hospital veterinário, avaliado em mais de R$ 5 milhões e deve funcionar inicialmente com 9 veterinários, além de profissionais técnicos. A obra foi iniciada em março de 2012.
A estrutura de mais de 2 mil m² está dividida em 22 salas, 8 ambulatórios, 5 laboratórios, 3 banheiros, além de cantina, auditório, farmácia e deposito.
Apesar de ser aberto ao público, como garantiu o coordenador do Curso de Medicina Veterinária, Eduardo Caldas, será cobrado um preço diferenciado para a população de baixa renda.
Ele informa que uma assistente social deverá elaborar o critério para o atendimento.Para concluir a obra, o Diretor do Departamento de Obras, Manoel Fernando Freire Cabral, falta entregar as salas de radiologia, revestimento e pintura.
Fonte: G1 Sergipe
Foto: Patrícia Carvalho