Na tarde desta quinta-feira, 22, a Capacitação sobre Violências Interpessoal/Autoprovocada para Profissionais de Saúde foi encerrada com diversas palestras sobre os tipos e as vítimas de violência. O evento promovido pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS), aconteceu no auditório da Escola Municipal Presidente Vargas e reuniu mais de 200 pessoas envolvidas em órgãos e instituições que trabalham com minorias sociais, como gays, lésbicas, negros, mulheres, idosos e crianças. O evento é uma iniciativa do Núcleo de Prevenção de Acidentes (Nupeva), que integra a Coordenação de Promoção a Saúde (Cops), sob a coordenação da Diretoria de Vigilância em Saúde (DVS).
O encontro, que teve início ontem, 21, trouxe a proposta de gerar uma maior sensibilização dos profissionais de saúde quanto à importância da notificação de violências e sua abordagem nos diversos espaços de atuação, bem como o papel significativo que a área da saúde desempenha nessa questão.
De acordo com a referência técnica do Nupeva, nesses dois dias de capacitação os profissionais puderam esclarecer dúvidas sobre os diversos tipos de violências, principalmente contra os grupos mais vulneráveis. ?Nós esclarecemos quais os sintomas que os profissionais podem identificar como uma violência física, psicológica, sexual e como identificar uma negligência ou abandono. Falamos de cada tipo de violência e hoje, durante todo o dia, trouxemos diversos profissionais que trabalham para proteger essa população vítima de violência, convidamos promotoras e delegadas para falar dessa rede de proteção e cuidado. É um momento que os profissionais podem se aproximar desses profissionais do Ministério Público, da Promotoria e da Segurança Pública. Essas trocas de experiências são essenciais para que os profissionais possam trabalhar esses assuntos diretamente com as comunidades?, destacou.
Segundo Ivana Dias, assiste social da USF João Oliveira Sobral, todas as explicações passadas foram válidas para entender melhor como notificar os tipos de violência. ?A violência é um tema que sempre deve está sendo debatido entre nós profissionais, pois nós nos deparamos com muitos casos no dia a dia da profissão. Eu mesmo tinha algumas dúvidas de como fazer e para onde mandar as notificações, agora aprendemos mais sobre a questão dos fluxos e essa capacitação foi esclarecedora. Na Unidade que eu trabalho eu estou acompanhando e resolvendo três casos de violência, sendo dois com idosos e um com adolescente. Saio daqui mais segura de como proceder com casa tipo de casos de violência”.
Para a referência técnica da Vigilância Epidemiológica, Léa Matos da Silveira, essa capacitação foi importante para que todos os profissionais estejam sempre se atualizando. ?Recebemos informações de dados nacionais, do nosso estado e do município, com relação à violência contra idosos, contra mulher, crianças e adolescentes, portadores de deficiência e também contra a comunidade LGBT. Também conhecemos outros órgãos que trabalham em defesa desses cidadãos. Aprendemos que é preciso fazer uma identificação precoce e a notificação devida, buscando órgãos que possam nos auxiliar no combate à violência. Isso intensifica o nosso trabalho da prevenção, pois em uma das palestras foi abordado que é preciso evitar que aconteça uma violência, e isso é muito usado através da prevenção, passando para a comunidade quais são os tipos de violência?, explicou.
Dra. Berenice Andrade de Melo, Promotora de Justiça e diretora da Promotoria Operacional dos Direitos Humanos do Ministério Público, foi uma das palestrantes durante o evento na tarde desta quinta-feira. Em sua fala, ela apresentou dados sobre a rede de proteção e atendimento aos idosos e as pessoas com deficiência. ?Por conta das denúncias que o Ministério Público vem registrando de casos de violência em pessoas idosas, nós estamos realizando uma notificação compulsória onde todos os profissionais têm a obrigação de preencher sempre que houver suspeita de algum tipo de violência e encaminhar para a delegacia, Ministério Público ou para os conselhos municipais e estaduais do idoso para que as providências sejam tomadas no intuito de prevenir. Essa parceria entre o Ministério Público e a saúde do município é importante pois, são esses profissionais que estão na ponta acolhendo essas pessoas e realizando as notificações para que possamos aplicar a lei resolvendo esses casos?.
Fonte: SECOM Aracaju