O Carrossel do Tobias é um símbolo da cultura popular da cidade de Aracaju, antigo brinquedo que animou gerações entre as décadas de 1900 e 1980, começa a fazer parte do acervo permanente do Centro Cultural de Aracaju, localizado na Praça General Valadão, no Centro.
Após diversos estudos de pesquisa e a elaboração do memorial, a atração foi oficialmente aberta para visitação na quinta-feira (28).
Para a presidente da Funcaju, o resgate do Carrossel é importante por ser uma forma de contar a história da cultura popular. “A memória de um povo tem que sair do escuro. Ela tem que ser posta às claras. Por isso, não bastava apenas trazer o objeto sem história para cá. Fizemos todo um trabalho de pesquisa com os professores Wilder Santos e Rosivânia Franco para montar a estrutura interativa”, destacou Aglaé Fontes.
O secretário de Planejamento, Igor Albuquerque, ressaltou que a vinda do carrossel para Centro Cultural valoriza o acervo e serve ao propósito de deixar o local sempre atrativo. “O Centro não é apenas o antigo prédio da Alfândega , mas é um local que permanece vivo. Essa parceria com o Instituto Banese foi feita nesse intuito de atrair o maior número possível de pessoas para o Centro Cultural”, ressaltou.
O Carrossel
O Carrossel do Tobias chegou a Aracaju em dezembro de 1904, antes foi montado em Recife e Maceió, mas foi fabricado nos Estados Unidos, onde a tradição de grandes brinquedos infantis armados em espaços públicos remonta ao final do século XIX.
Em Aracaju, ele foi montado ao lado da Catedral, na atual praça Olímpio Campos, no centro. “Ele era imenso, podia acomodar até 300 pessoas, mas nós levávamos, no máximo, 150 pessoas. Era um grande atrativo para as famílias. Sei de muitos casais que começaram a namorar depois de se encontrar no carrossel. O apito dele podia ser ouvido de toda a cidade na época”, diz o professor Wilder Santos, filho de Milton Santos, último dono do carrossel.
O carrossel foi comprado pelo Governo do Estado em 1984 e tombado pelo Patrimônio Histórico em 1987, quando foi guardado num galpão no Parque da Cidade. “Quando montamos o Museu da Gente Sergipana, era nosso interesse recuperar o carrossel, mas o que encontramos, foi algo muito destruído. Conseguimos restaurar alguns cavalos e o personagem do homem negro que o adornava, que são originais. Nosso maior intuito é fazer com que as memórias efetivas dos sergipanos sejam restauradas. Muita gente se emocionou quando reviu o carrossel no museu”, revela o presidente do Instituto Banese, Ézio Déda.
O carrossel pode ser visitado de segunda a sexta, das 9h às 17h, e aos sábados, das 9h às 13h, no Centro Cultural de Aracaju, na praça General Valadão, Centro.
Fonte: G1 Sergipe