Após dois meses de quedas leves, a cesta básica ficou quase 10% mais cara em Aracaju em junho e registrou a terceira maior alta entre as 27 capitais brasileiras pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). No sexto mês deste ano, o aracajuano pagou R$ 376,73 pela cesta. Esse foi o oitavo menor valor apurado entre as capitais, ou seja, cinco posições a mais do que no mês anterior.
De acordo com o levantamento do Dieese, o vilão foi o feijão, que segue numa curva de aumento e em junho custou, acredite, 106% a mais que em maio. Para se ter noção, foi o maior aumento registrado em todo o país, qseue se confirma facilmente numa ida à mercearia, onde se cobra mais de R$ 12 pelo quilo do grão.
Os economistas do Dieese apontam que o clima influenciou na qualidade do feijão e, com isso, o preço no varejo subiu desde o início do ano. A cultura do grão também perdeu espaço para a soja e houve diminuição da área plantada. Em junho, os aumentos foram maiores e o Brasil passou a importar feijão na tentativa de suprir a demanda. No entanto, quase nenhum outro país produz feijão carioquinha, mais consumido no Nordeste. Agora, a expectativa é de que a safra irrigada, que começa em julho, comece a normalizar a oferta.
Outros produtos como a banana, o café, a manteiga e o arroz também apresentaram uma alta média que variou entre 3 e 9 pontos percentuais, pesando mais no bolso do consumidor. E essa conta só não fechou maior porque produtos como tomate, óleo e farinha ficaram de 1 a 5% mais baratos.
Saldo
O estudo do Dieese aponta ainda que no primeiro semestre a cesta básica em Aracaju ficou 23,22 mais cara, bem acima da alta acumulada do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 8% para o grupo de alimentação.
O trabalhador aracajuano cuja remuneração equivale ao salário mínimo (R$ 880,00) necessitou cumprir, em junho, jornada de 94 horas e 11 minutos, acima das 86 horas e 13 minutos registradas em maio, para adquirir a cesta.
Em junho de 2016, o custo da cesta em Aracaju comprometeu 46,53% do salário mínimo líquido, isto após os descontos previdenciários. Em maio, o percentual exigido era de 42,59%.
O Dieese calculou que o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 3.940,24 ou 4.48 vezes mais do que o mínimo de R$ 880,00. Em maio, o mínimo necessário correspondeu a R$ 3.777,93, ou 4.29 vezes o piso vigente.