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Período de tempo seco e poucos registros de chuva tem causado preocupação para o sergipanos e gestores que atuam na área da saúde pública. Diante da propícias condições climáticas para a proliferação do Aedes Aegypti, mosquito transmissor da Dengue, os cuidados dentro de casa devem ser redobrados a fim de inviabilizar que casos graves voltem a ser registrados no estado. Na manhã de ontem a Secretaria de Estado de Saúde (SES) confirmou a morte da primeira vítima de dengue hemorrágica no ano de 2015. Trata-se de um jovem de 20 anos, morador do povoado Mussuípe, município de Neópolis. Para evitar o surto da doença, desde a última segunda-feira, 19, secretarias de saúde estão viabilizando ações tipo força tarefa em vários municípios sergipanos.

A preocupação dos gestores públicos surgiu após só a região só Mussuípe ter notificado que 60 pessoas buscaram atendimento médico por apresentar suspeitas de dengue, sendo que até a tarde de ontem, 20 teriam confirmado a doença. Paralelo ao trabalho de combate realizado pela SES, Ministério da Saúde e prefeituras, o Núcleo de Endemias da Secretaria de Estado da Saúde aponta para a necessidade de todos os sergipanos buscarem combater o mosquito da dengue, dentro ou fora de casa. Para o dia de hoje estão programadas mobilizações com agentes de endemias nos municípios de Neópolis, Itabaiana, São Domingos, Nossa Senhora do Socorro, Itaporanda D’Ajuda, São Cristovão e Capela. A meta é reduzir o número de casos registrados, se comparado ao mesmo período do ano passado.

Se mostrando preocupada com o atual cenário, a gerente do Núcleo de Endemias, Sidney Sá, é preciso que as prefeituras possam emitir com maior frequência os registros de dengue. Essa medida contribuirá para a não expansão da doença nestes primeiros meses do ano. O período de verão costuma registrar ampliação dos casos e isso tem chamado a atenção do núcleo. “Ficamos sabendo desse aumento em Neópolis e de imediato começamos a criar operações de combate na região. Infelizmente a primeira morte por conta da dengue foi registrada no dia sete desse mês. Esse óbito acende a luz de atenção para este período climático que costuma ser propício para a amplitude da doença caso não haja combate coletivo. O governo faz a parte dele, e precisamos do apoio incondicional de todos os moradores”, disse.

Depois de confirmada a morte de Valdenisson Ramos Santos, a Secretaria da Saúde de Neópolis informou através de nota pública que o Núcleo de Endemias vem alertando para a necessidade de dar continuidade e intensificar o trabalho nas áreas onde estão ocorrendo os casos de Dengue. Durante reunião realizada esta semana ficou pactuada a realização de uma capacitação no município para profissionais de saúde da Atenção Básica e Vigilância Epidemiológica sobre notificação dos casos suspeitos, diagnóstico clínico e laboratorial e como proceder com os casos suspeitos. “Essa medida não se restringe apenas à Neópolis. O trabalho permanece sendo realizado com progresso em todos os municípios sergipanos, incluindo a capital Aracaju, e estamos estudando alternativas paralelas que possam resultar em números mais positivos ainda nesse semestre”, afirmou.

Na capital, o maior problema enfrentado pelos agentes refere-se a falta de consciência dos moradores que costumam armazenar água em baldes, garrafas pet, lavanderias, cacos de planta e bicas sem nenhum tipo de manutenção semanal. De acordo com o técnico Evilasio Costa Junior, cerca de 40% da população se autodenomina desatenciosa quando o assunto é o combate à Dengue. “Apesar desse número corresponder a menos da metade, todos acabam sendo prejudicados porque o mosquito não pica apenas quem se descuida. É preciso ter um trabalho intenso e coletivo a cada dois dias. Me refiro a todos os ambientes: dentro de casa, no trabalho ou na escola. Mas infelizmente alguns não sabem o risco de vida que correm”, lamentou.

Dados – Números do ano passado mostram que em Sergipe foram notificados 4.110 casos da doença e 1.931 foram confirmados. Entre eles, quatro pessoas foram a óbito. Neópolis está entre os dez municípios que mais notificaram casos de dengue, com 50 notificações e 29 confirmações. Os demais são: Aracaju (1722 notificações /860 confirmações), Itabaianinha (502 notificações / 434 confirmações), Nossa Senhora do Socorro (417 notificações / 123 confirmações), Barra dos Coqueiros (226 notificações / 75 confirmações), Estância (178 notificações / 29 confirmações), São Cristovão (169 notificações / 106 confirmações), Tobias Barreto (93 notificações / 06 confirmações), Umbaúba (55 notificações / 17 confirmações) e Carmópolis (45 notificações / 23 confirmações). Os que registraram óbitos em 2014 foram: Aracaju, São Cristovão, Poço Redondo e Umbaúba.

“Já tive o desprazer de entrar em uma casa aqui em Aracaju e presencia sete pontos de proliferação da dengue em uma área que não passada de 200 metros quadrados. Ia gente tenta fazer o possível para evitar que mais pessoas fiquem doentes, mas como Sidney Sá bem falou, o trabalho é coletivo, e não apenas da prefeitura ou do Governo do Estado”, pontuou Evilasio Costa. A Brigada Itinerante, como ficou denominado o reforço dos Agentes de Endemias, realiza limpeza de locais com água parada e acumulada; recolhe objetos descartáveis como pneus, latas e garrafas; orienta a população; e conta com o apoio operacional de carros fumacê, que ajudam no combate ao mosquito.

Fonte: Por Milton Júnior (Aracajufest)