Em uma noite de muita emoção e entrega, os alunos da Turma 104 de Medicina, da Universidade Federal de Sergipe (UFS) comoveram a plateia durante a apresentação da peça “O Futuro da Humanidade”, na última terça-feira, 7, no Teatro Atheneu. O espetáculo é uma adaptação teatral do livro homônimo, do psiquiatra Augusto Cury.

O livro “O Futuro da Humanidade” conta a trajetória de Marco Polo, um jovem estudante de medicina de espírito livre e aventureiro. Ao entrar na faculdade cheio de sonhos e expectativas, Marco Polo se vê diante de uma realidade dura e fria: a falta de respeito e sensibilidade dos professores em relação aos pacientes com transtornos psíquicos, que são marginalizados e tratados como se não tivessem identidade. Indignado, o jovem desafia profissionais de renome internacional para provar que os pacientes com problemas psiquiátricos merecem mais atenção, respeito e dedicação – e menos remédios.

O espetáculo é um trabalho da disciplina de Anatomia, lecionada pelo médico e professor José Aderval Aragão, idealizador do projeto. “Esse espetáculo tem o objetivo de promover, através da arte, um momento de descontração e relaxamento entre os estudantes. E aproveitando o início do curso para também mostrar a eles a importância de tratar o paciente com empatia, respeito e olho no olho”, ressaltou José Aderval.

Para o aluno Gabriel Pacheco, que interpretou Marco Polo, personagem principal da obra, o trabalho será inesquecível. “Foi uma experiência maravilhosa e incrível. A turma se uniu de uma maneira que não tem explicação. E, levando para o mundo da Medicina, acho que é isso que tem que acontecer mesmo. Mesmo com o nervosismo do dia a dia, o volume de conteúdo das matérias, a gente tirava um final de tarde para ensaiar. E o mais legal é que sempre tinha muita risada, nada daquela pressão, e o convívio com a turma sempre foi muito bom. A 104, que é a minha turma, está de parabéns. E vai ser um orgulho me formar daqui a 6 anos e seguir essa carreira ao lado deles. Resumindo tudo, eu acho que é esse o verdadeiro significado de humanizar: a missão está lá, a gente faz a missão e continua com um sorriso no rosto”, afirmou ele.

Aplaudidos de pé, os estudantes de medicina encantaram o público que lotou o Teatro Atheneu para prestigiar a apresentação teatral. Entre eles a professora da UFS, Salviana Sarmento.

Esse já é o terceiro ano que a gente acompanha a apresentação dos estudantes de Medicina da UFS e eles trazem essa mensagem de que, para ser técnico, o médico não precisa deixar de ser humano. Mostrando que é possível e necessário associar as duas questões. O espetáculo é uma adaptação do livro “O Futuro da Humanidade” do psiquiatra Augusto Cury, e o interessante é que, cada ano, as apresentações são completamente diferentes. Cada turma faz a sua leitura e a sua interpretação, mas todas conseguem passar essa mensagem da empatia, da valorização da pessoa como um todo, de que o médico precisa conhecer suas próprias fragilidades”, lembrou. Salviana.

A médica Sílvia Palmeira também gostou bastante do que viu. “Acho bastante importante que eles entendam o que é essa profissão. Entendam que, na vida, a prática é muito diferente da teoria. Então, se eles fazem isso já no primeiro, segundo semestre do curso, acho que é uma coisa que vai valer para o resto da vida deles. Eles sempre guardarão na memória este momento, que foi um momento de ensino, de aprendizagem, tanto da parte deles, quanto do professor. E isso eles levarão para sempre: que nós devemos trabalhar em conjunto, que devemos trabalhar com as potencialidades das pessoas. Cada um tem seu dom, cada um tem sua capacidade e isso num conjunto, se torna um espetáculo desse, onde a gente viu que eles realmente vestiram a camisa, que estão felizes e apresentaram um trabalho muito digno”, destacou ela.

Como também tinham o objetivo de ajudar instituições filantrópicas, os alunos da Turma 104 de Medicina da UFS não cobraram ingresso e solicitaram 1kg de alimento não-perecível para acessar o espetáculo.

Fonte: Assessoria de Imprensa