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Um palco com histórias para contar. Com 61 anos recém-completados, o Teatro Atheneu mantém-se como um dos templos da cena cultural em Sergipe. Renovando-se com o tempo, tanto em sua estrutura física quanto com a presença dos espetáculos dos mais variados tipos, têm proporcionado grandes emoções aos sergipanos, e na noite deste sábado (28), não foi diferente.

Assim como nas décadas áureas, quando o ballet Imperial da Rússia se apresentou naquele palco, a casa lotou. Convidadas pela Secretaria de Estado da Cultura (Secult), as bandas sergipanas The Baggios e Coutto Orchestra transmitiram uma energia impressionante. O público em êxtase, não se reteve às 800 poltronas do espaço. As pessoas levantaram, cantaram, vibraram e no fim, aplaudiram. De pé!

A Coutto Orchestra foi a primeira a subir ao palco. Com aparatos nem um pouco minimalistas, a banda juntou as batidas eletrônicas implantadas pela cultura DJ com instrumentos que remetem à cultura regional, como a sanfona. A união destes estilos distintos impressionou. A mistura do som forte com o jogo de luzes transmitiu uma sensação festiva, o público acompanhou e dançou conforme a música. Literalmente. Segundo o líder da banda, Alisson Coutto, a participação do público foi fundamental para que o espetáculo fosse completo. Ele contou que desde o início da apresentação, todos os membros da banda estavam emocionados e diz ter aprovado a iniciativa da Secult. ?Feliz demais, a gente só tem a agradecer ao público que lotou o teatro e a Secretaria da Cultura pela iniciativa. É um passo importante para fortalecer a produção cultural sergipana, e a gente torce que venham outras iniciativas como esta?, disse.

Logo após, foi a vez da The Baggios se apresentar. O Duo Sergipano composto por Julio Andrade e Gabriel Carvalho, levou ao palco um som forte e envolvente, através de ritmos como o blues, passando pelo rock sessentista e ao garage rock. Quem ainda estava sentado se levantou e cantou junto com a banda sergipana de São Cristóvão. Para Gabriel Carvalho, baterista da banda, a oportunidade de se apresentar num teatro lotado foi única. ?Nós ficamos bastante satisfeitos com o reconhecimento, por ter essa oportunidade de junto com a Coutto representarmos a música sergipana aqui no aniversário do teatro?, falou.

Ao promover o aniversário do Teatro Atheneu trazendo ao público bandas locais num espetáculo aberto, a Secretaria de Cultura reafirma a concepção de um apoio que não fica restrito somente à cultura feita pelos agentes culturais, mas uma cultura que chegue ao povo. É o que afirma o Diretor Artístico da Secult, Irineu Fontes. ?No aniversário de 61 anos do teatro, estamos comemorando com artistas sergipanos, que merecem reconhecimento e que hoje se apresentaram num palco onde passaram grandes nomes do teatro, da dança e da música?, falou.

Com entrada franca, o público não desperdiçou a oportunidade e compareceu em peso ao Teatro. Pessoas de todos os tipos, idades, profissões e também de outros estados se encontraram na principal casa da cultura sergipana. Este foi o caso da estudante de audiovisual e fotógrafa, Raiane Souza. Nascida na cidade de Cícero Dantas-BA, a jovem diz ter aprovado tanto o show, quanto a ação da Secretaria, pois, segundo ela, ?as duas bandas representam bem a rica cena cultural sergipana, e essa iniciativa é uma forma de divulgar o trabalho dos músicos locais e de apresentar esses espaços que são públicos e devem ser ocupados com essa cena?, disse.

O Teatro Atheneu

Ao longo das suas seis décadas de existência, o Teatro passou por diversas modificações, como a última delas, a realizada entre 2009 e 2011. A parte externa do Teatro ganhou painéis que homenageiam grandes artistas das artes cênicas em Sergipe, como Luiz Carlos Reis, Valdice Teles, Otto Cornélio, Mariano Antônio e César Macieira. O interior do Teatro também passou por diversas intervenções, ganhou um painel pintado pelas mãos do grande artista plástico sergipano Jenner Augusto.

Quem acompanhou de perto boa parte dessas mudanças foi a cientista social, Martha Sales. Frequentadora assídua do espaço e emocionada com o show da noite, ela contou que desde a sua infância está presente nos espetáculos realizados no Teatro. Segundo ela, o Atheneu faz parte da sua vida, assim como da vida de muitos sergipanos, e ressalta a importância de iniciativas no local. ?Acredito que é um espaço que deva ser mais valorizado, que deva haver mais fomento para que a cena artística sergipana esteja ocupando esse espaço, mas fico feliz de ver que nesses últimos tempos o Teatro ganhou um novo fôlego e tem fôlego para sobreviver por muito mais tempo?.

Fonte: ASCOM