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Famílias ligadas ao Movimento Organizado dos Trabalhadores Urbanos (MOTU) ocuparam desde a última sexta-feira, (20 de Setembro), um terreno da Superintendência do Patrimônio da União (SPU) próximo a uma área residencial, no bairro Aruana, zona de expansão de Aracaju.

De acordo com lideranças do movimento, a ocupação já conta com 300 famílias, a maioria oriunda de diversos bairros da região da Grande Aracaju.

Dalva da Graça, diretora estadual do MOTU, informou que o terreno pertence à União. Ela destacou que as famílias que estão no local são assalariadas e pagam aluguel. “Estas pessoas são vítimas da perpetuação da desigualdade social no planejamento urbano. Neste sentido, a ocupação do terreno é também uma forma de reivindicar que as áreas da União sejam liberadas para projetos de moradia popular, que geralmente são destinadas para especulação imobiliária”, critica.

Ela ressalta que a destinação das áreas federais para construções de moradias populares cumpre uma função social de garantir qualidade de vida para as famílias que não podem comprar uma casa. “Com o dinheiro que as famílias gastam com aluguel existe um impacto direto no acesso a vários serviços. A moradia é um dos principais direitos ligados à cidadania”, afirma.

Nesta terça-feira, 23, uma comissão formada por moradores vai até a sede da SPU para protocolar um pedido formal solicitando que a área seja aproveitada para construção de casas populares.

Enquanto a situação não é resolvida, as famílias continuam erguendo os barracos de lonas no local, que começa ser ocupado por vários objetos pessoais e móveis depois da limpeza do terreno. As famílias também já começam a se mobilizar para garantir assistência social e alimentar aos ocupantes do local, especialmente crianças e idosos.

De acordo com as famílias, agentes da Polícia Militar compareceram no local, mas como não possuem cumprimento de ordem de despejo apenas conversaram com as pessoas que estavam na área.

Fonte: Por Milton Júnior (Aracajufest)