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França e Alemanha se enfrentam nesta sexta-feira pelas quartas de final da Copa do Mundo. O duelo entre campeões mundiais é quente. Não apenas na temperatura que deverá fazer às 13h, no Maracanã. Historicamente, os países já travaram guerras que saem das quatro linhas do gramado e entram em alguns dos capítulos mais violentos da história da humanidade. Mas se o passado diz uma coisa, o presente felizmente mostra um panorama diferente.

Nas últimas décadas, ambos passaram a andar lado a lado no âmbito político, unidos em prol do êxito da União Europeia. Mas quando o assunto é futebol, o clima de provocação toma conta. Enquanto os alemães vão à loucura com as escolhas do técnico Joachim Löw e chamam os franceses de “campeões mundiais dos amistosos” ou “belos perdedores”, os Bleus buscam vingar duas derrotas marcantes na história dos Mundiais. Confira um pouco mais da relação destas duas nações na Copa do Mundo.

Fontaine brilha nos gramados da Suécia

O clima entre franceses e alemães ainda era tenso em 1958, com cicatrizes recentes da Segunda Guerra Mundial bastante vivas na memória do povo. Enquanto a relação entre os países ia melhorando politicamente, no futebol a França conseguiu uma vitória que entrou para a história.

Na decisão do terceiro lugar da Copa realizada na Suécia, os Bleus golearam os campeões de 1954 por 6 a 3. Maior artilheiro de uma única edição de Copa, Fontaine marcou quatro vezes naquela tarde. Kopa e Yvon Douis completaram para os franceses. Hans Ciesclarczyk, Rahn e Schäfer balançaram a rede pelo selecionado germânico, que devolveria a derrota não em saldo de gols, mas moralmente.

O choque de Schumacher com Battiston e o trauma das semifinais

Em 1982, franceses e alemães se encontraram na semifinal da Copa realizado na Espanha. Atual campeã europeia, a Alemanha enfrentava a França de Michel Platini que dois anos depois conquistaria o mesmo título. O encontro foi épico. Empate em 1 a 1 no tempo normal e 3 a 3 ao final da prorrogação. A Nationalelf acabou avançando nos pênaltis, mas o goleiro Schumacher entrou para a história e aguçou a rivalidade como nunca havia acontecido em uma partida… e ele não fez isso apenas defendendo as cobranças.

O camisa 1 se chocou com o Patrick Battiston, que subiu ao ataque com perigo e recebeu lançamento de Platini. Após o encontro com o arqueiro adversário, o defensor caiu no chão e deixou o gramado inconsciente. Uma cena que os torcedores dos Bleus jamais esqueceram, ainda mais pelo fato de Schumacher sequer ter sido expulso. Quatro anos depois o time alemão conseguiu uma vitória menos dramática sobre os franceses para chegar à final: 2 a 0. Mas o destino na decisão foi o mesmo: vice-campeonato.

Amigos, amigos… futebol à parte!

Se no apanhado geral dos confrontos os franceses levam vantagem (em 25 jogos, foram 11 virórias, 6 empates e 8 derrotas – daí a origem do apelido ‘campeões de amistosos’), na principal competição a Alemanha é quem acaba comemorando. Agora os vice-campeões de 2002 querem se vingar do time que chegou às semifinais nas últimas três Copas do Mundo, ainda em busca de um título que não vem desde 1990. No lado francês, o clima é de confiança e vontade de mudar o retrospecto em Mundiais.

A rivalidade histórica por causa de batalhas travadas por armas de fogo não parece mais ter muito espaço entre os torcedores. França e Alemanha foram os maiores inimigos na primeira parte do último século, mas não é mais assim. Eles parecem ser parceiros econômicos muito próximos e líderes na Europa. Na véspera da partida válida pelas quartas de final da Copa do Mundo de 2014, o discurso nos países lembra muito pouco das batalhas munidas a pólvora e prefere seguir falando do que acontece dentro do gramado, com bola rolando. O passado é passado. Vida que segue e bola que gira.

Fonte: iBahia.com