Mônica San Galo está lançando ComoVida. A cantora, que tem mais de 20 anos de carreira, diz que a paixão artística da família vem do falecido patriarca

Mônica San Galo gravou CD inspirada pelo livro de poesias ComoVida
Edu Garcia/R7

Mônica San Galo está lançando ComoVida, CD inspirado no livro de poesias homônimo, de autoria de Lúcia Cortez Mendonça. Com mais de 20 anos de carreira, a irmã mais velha de Ivete mostra que, apesar de não ser tão famosa quanto a diva do axé, representa talento à altura da família.

Mônica mora na Bahia e aterrisou em São Paulo para divulgar o novo trabalho. A compositora recebeu a equipe do R7 em um dos pontos mais marcantes da cidade, entre as avenidas Ipiranga e São João, na região central.

Extremamente simpática, a cantora chegou sorridente e logo lembrou da canção de Caetano Veloso, posando para fotos na esquina eternizada nos versos de Sampa

— Imagino ele encarando essa cidade tão diferente, movimentada, em uma época de tantas descobertas. Já a primeira vez que eu cheguei aqui, desci do avião e me senti em um ar condicionado gigante. (risos) A gente vive naquele calor absurdo de Salvador e, derrepente, entra em um ambiente inteiro refrigerado. Que delícia! (risos) Amo São Paulo.

Mônica posa na famosa esquina que virou canção de Caetano Veloso
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Logo de cara, Mônica explica porque o sobrenome, San Galo, é diferente de Ivete. Nem a artista sabe ao certo o motivo da grafia separada.

— Essa forma consta no meu registro, assim como o do meu pai. Talvez o cartório tenha errado na hora de escrever o dos outros familiares. (risos)

Pronta para fazer shows pelo País, a compositora está animada com o resultado do recente CD.

— Foi muito interessante fazer esse trabalho baseado nas poesias da Lúcia Cortez Mendonça. Nos conhecemos em uma praia e, durante a conversa, descobri o livro de poemas dela. Gostei muito. Ali mesmo, peguei o violão e comecei a musicar seus textos… foi algo natural.

Mônica influenciou a carreira artística de Ivete Sangalo
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Mônica lançou o segundo disco, ComoVida, nove anos após a estreia fonográfica, Confissões de Madame — registrado ao vivo no Teatro Castro Alves (Salvador). A cantora demorou para gravar o novo trabalho pois também tem uma carreira como pintora.

— Minha vida de artista plástica me toma muito tempo.

Ela começou a pintar durante um problema de saúde, há 15 anos.

— Na época, eu estava em casa, chateada, então peguei umas tintas e fiz 30 telas. Um amigo me recomendou colocá-las em uma exposição. E, por incrível que pareça, vendi tudo! A partir daí, não parei mais de pintar.

Mônica San Galo está planejando fazer um CD de sambas
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Formada em Música pela UCSal (Universidade Católica de Salvador), a artista ressalta que a paixão pelos palcos veio antes da irmã famosa.

— A Ivete começou por minha causa, pois fui eu que encaminhei ela. Tentei também com a Cynthia (irmã mais nova, diretora administrativa da empresa de Ivete), mas foi a outra que vingou (risos). Eu levava a Ivete para barzinhos, apresentações em escola e assim foi. Acho que as pessoas nascem prontas, já vem com isso determinado. É uma cantora fenomenal! E é muito emocionante ver o sucesso da carreira dela.

Mônica San Galo tem mais de 20 anos de carreira
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Mônica relembra que o pai, Alsius Sangalo, morto em 1990, foi o grande mentor artístico da família. Com o violonista, ela começou a curtir as divas da MPB, sambistas, trovadores e seresteiros.

— A minha maior influência foi nosso pai, que era um músico incrível. Aprendi meus primeiros passos no violão logo cedo, aos 6 anos. Então, ele viu em mim uma parceira, me levou para todos os lugar possíveis. Eu fazia o violão base para ele solar. Ouvi muitos nomes que faziam parte da “escola” de meu pai e acabaram fazendo parte da minha formação musical. Entre eles, estão Elizeth Cardozo, Altemar Dutra, Adoniran (Barbosa), Jackson do Pandeiro, Lupicínio (Rodrigues)… adoro essas coisas meio “trash”, de dor de cotovelo. (risos)

Incansável, apesar de estar em plena divulgação de ComoVida, Mônica adianta que já está planejando um próximo trabalho temático.

— Estou gestando um projeto só de sambas. Será, na maioria, feito com repertório autoral e inédito. É um ambiente onde me sinto bem, estou em casa.

Fonte: R7, por Daniel Vaughan