O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, admitiu nesta terça-feira (27) que os usuários de internet móvel devem enfrentar lentidão no serviço oferecido nos estádios onde será realizada a Copa do Mundo. A afirmação foi feita durante audiência pública no Senado, realizada pelas comissões CMA (Meio Ambiente, Defesa do Consumidor, e Fiscalização e Controle), CCT (Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática) e CI (Serviços de Infraestrutura).
“Quando você coloca 60 mil pessoas em um estádio, mesmo com antenas 3G e 4G o serviço vai ficar lento, ruim de usar. Quem está lá pode querer tirar foto e postar no Facebook, no Instagram, mandar por e-mail. E vai ficar lento, como acontece no Círio [de Nazaré], em Belém, e no Réveillon do Rio”, disse.
Segundo ele, a solução é a instalação nos estádios de antenas Wi-Fi, que podem aliviar a sobrecarga no serviço de telefonia móvel. Mas Bernardo reconheceu que seis desses locais não aceitaram o uso da alternativa e disse que, nesses casos, “a internet vai ficar de pior qualidade do que em outros lugares [com Wi-Fi]”.
Bernardo afirmou tratar-se de uma briga entre operadoras e administradores de estádios, na qual o governo não pode se intrometer.
Impasse
Em audiência pública na semana passada, o Sinditelebrasil (Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal) informou que estão sem Wi-Fi os estádios de São Paulo, Curitiba, Recife, Fortaleza, Natal e Belo Horizonte.
“Para ampliar a capacidade das redes em locais de alta concentração, pode-se usar o Wi-Fi. Mas, no caso dos 12 estádios existentes, seis optaram por ter rede própria de Wi-Fi para, provavelmente, usá-la em rede comercial”, disse Eduardo Levy, presidente do SindiTelebrasil, segundo a “Agência Brasil”. Nos locais onde houve acordo, o acesso à internet móvel sem fio será gratuito para os clientes das operadoras.
O ministro disse nesta terça que o impasse está ligado ao pagamento feito pelas operadoras, para instalar suas antenas nos estádios. O valor mensal seria de R$ 2.500 (cada empresa), mas alguns administradores dos locais dos jogos chegaram a cobrar R$ 10 mil mensais.
O senador Zezé Perrella (PDT-MG), presidente da CCT, afirmou que essas empresas teriam dinheiro suficiente para pagar mensalidade de R$ 50 mil para oferecer o serviço. “É preciso bom senso. Elas não vão alugar por que querem economizar R$ 7.500 por mês?”, questionou.
Fonte: uol