manifestaçao em rosario

Pela segunda vez em menos de um ano moradores dos municípios de Rosário do Catete e General Maynard se uniram para interditar a rodovia estadual que interliga as cidades. O ato público foi iniciado nas primeiras horas de ontem em virtude de um possível aumento no índice de homicídios e assaltos promovidos na localidade nos últimos meses. Conforme denúncia dos manifestante, a presença de quebra-molas em exceção tem forçado os motoristas e motoqueiros a reduzir a velocidade e são nesses momentos que os assaltantes praticam as abordagens. Os manifestantes exigiam a retirada das elevações ou ampliação no número de rondas policiais.

Durante a interdição da via que durou mais de duas horas, os ocupantes utilizaram troncos de árvores, pneus e resto de móveis domiciliares com o intuito de impossibilitar a passagem dos carros e caminhões. Devido a ‘audácia’ dos motoqueiros que atravessavam pelas laterais, a população decidiu incendiar os objetos e criar uma enorme barreira de fogo. De acordo com os motoboy e moto fretistas que apoiaram a manifestação, atualmente trabalhar com transporte de pessoas ou encomendas tornou-se um serviço de alto risco na região. Segundo o motorista de ônibus escolar Wesiclay Fernandes, nem os estudantes estão se salvando das ações criminosas.

“Como somos obrigados a praticamente parar o carro pra não causar um acidente, os marginais saem dos matos bem armados e mandam parar, se a gente não atender as orientações eles mandam bala na gente, independente de ter criança ou idoso”, afirmou. Durante a interdição da rodovia os populares declararam conceder 30 dias úteis para que as medidas paliativas sejam adotadas pelo Departamento Estadual de Infraestrutura Rodoviária de Sergipe – DER/SE. Caso o pleito dos moradores não seja atendido, eles ameaçam destruir os redutores de velocidade com a força popular. O agricultor Sebastião dos Santos disse apoiar a mobilização por entender que, sem fiscalização local os quebra-molas não possuem efeitos.

“Eu sei, na realidade todos aqui sabemos que esses quebra-molas são importantes pra evitar acidentes, mas por um lado é bom, por outro é ruim. Os acidentes diminuíram realmente aqui, mas os assaltos ao nosso povo aumentou muito. É muito problema aqui e ninguém para pra conversar com a gente, por isso fechamos a pista e vamos voltar a fechar outras vezes”, disse. Pela Companhia de Polícia Rodoviária (CPRv) foi dito que a interdição da estrada ocasionou em um congestionamento superior a cinco quilômetros em ambos os sentidos. Os moradores apenas decidiram deixar o local após as 9h30 quando entraram em acordo com os agentes militares que acompanhavam o ato.

DER – Em resposta, o presidente do órgão estadual, Antonio Vasconcelos, enalteceu a necessidade da existência dos quebra-molas na região e que os mesmos foram construídos após reivindicações dos próprios moradores das duas cidades. Para o gestor, a ameaça de destruição dos redutores de velocidade caracteriza-se no retrocesso viário e na depredação contra o patrimônio público. “Precisamos conversar, é preciso dialogar antes de tomar decisões como essa. Os redutores são importantíssimos para a segurança de todos devido a existência de trechos estreitos”, afirmou. Questionado quanto a solicitação de retirada dos quebra-molas, Vasconcelos concluiu dizendo: “Um grupo realiza manifestação para pedir a instalação dos redutores, agora outro grupo fecha a rodovia querendo a retirada deles. Precisamos entrar em consenso popular”.

Fonte: Por Milton Júnior (Aracajufest)