placebo

De volta ao Brasil, agora com a turnê de “Loud Like Love”, o trio britânico Placebo realizou na noite da fria segunda-feira de outono em São Paulo um belo show. Antes, a abertura do Mixhell, grupo eletrônico formado por Iggor Cavalera e sua esposa, Laima Leyton, teve a função de animar a pista enquanto o público chegava.

Com pouco menos de meia hora de atraso, Brian Molko (guitarra/voz), Stefan Olsdal (baixo) e Steve Forrest (bateria) subiram ao palco sob aplausos e assovios para mandar logo de cara “B3”, seguida de “For What It’s Woth”. Como da última vez que estiveram por aqui, o trio – que no palco conta com mais três músicos de apoio – fez um show muito profissional, visualmente instigante e bastante barulhento.

O espetáculo de luzes criado pela combinação de uma iluminação bem planejada com o enorme painel de led que pega todo o fundo do palco preenche os olhos da audiência na mesma medida que os graves – talvez um pouco exagerados – pulsam com força deixando o pessoal do gargarejo tremendo a cada batida. Ao vivo, as músicas ganham um punch que não possuem no disco e ficam mais pesadas e às vezes um tanto aceleradas. O contraste dessa massa sonora com a voz peculiar médio-aguda de Brian causa impacto.

Mesmo canções mais arrastadas, como “Blind”, o Placebo contagiou os presentes. As reações mais empolgadas, obviamente, vieram com “Every You Every Me”, “Song To Say Goodbye”, “Rob the bank”, “Special K” – com o público fazendo todos os pa-ra-pa-pás – e “The Bitter End”, que levantou a pista quase cheia do Citibank Hall.

A relação da banda com seu público às vezes parece bastante fria embora no sentido contrário – dos fãs para a banda – não seja assim. Brian Molko pouco se dirigiu ao público, soltando o primeiro cumprimento depois de meia hora de show. Ao longo da noite, falou mais duas vezes com a plateia, sendo a última quando a banda se despedia do palco.

Já os fãs respondiam a cada música, fosse um ‘hit’ ou nem tanto, com um carinho evidente. “Loud Like Love”, que dá título ao novo disco, recebeu diversas plaquinhas de papel erguidas com a frase “We are loud like love” durante o seu refrão. “Too Many Friends” e “Meds”, que começaram de modo quase solo, com Brian puxando a música para só depois a banda o acompanhar, convidaram o público a cantar junto.

O bis, com quatro músicas, incluiu uma versão para “Running Up That Hill”, de Kate Bush, “Post Blue” e encerrou com “Infra-Red”, findando também a turnê mundial do Placebo. O que talvez justifique a impressão de que a banda – à exceção de Steve Forrest, sempre sorridente e evidentemente empolgado – parecesse um tanto cansada.

fonte:territoriodamusica.com