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O Brasil não ganhou a Copa do Mundo. Mas também não sairá dela derrotado. Independente do resultado vergonhoso, a seleção não deixou o estádio Mineirão vaiada, somente no termino do primeiro tempo. E o que fica é o legado de um Mundial de sucesso, de recorde de publico, recheado de surpresas e alegrias.

A entrega de Thiago Silva, a redenção de Júlio César, o comprometimento de Hulk, a proteção de Felipão, a entrega de David Luiz e a lesão de Neymar claramente aproximaram o brasileiro da seleção. Uma sintonia que parecia perdida e que foi resgatada ainda no título da Copa das Confederações em 2013.

O futebol do time não encantou, é verdade. Mas quem está nas arquibancadas ou fora delas parece se sentir representado em campo. Uma equipe que, como gosta de rotular a propaganda do governo, “não desiste nunca”. Um conjunto bem ao espírito do seu treinador. E um treinador que sabe cativar o espírito do seu torcedor. Fato.

Caminhada que ganhou traços ainda mais dramáticos com os pênaltis nas oitavas diante do Chile e com a contusão e corte de Neymar nas quartas diante da Colômbia. Sem ele, a seleção pareceu (e realmente é) mais fraca e vulnerável. Assim como não ter um Thiago Silva na zaga. Antes mesmo da bola rolar na semifinal, a opinião pública dava o favoritismo aos alemães. “O que vier é lucro”, pensaram muitos.

O Brasil da técnica virou o Brasil da raça. O estilo do improviso transformou-se no da doação. Qualidade na troca por quantidade. Se a vitória viesse ontem, seria assim – épica, por sinal. Mas se uma derrota bater à porta seria frustrante, verdade, mas todos esperavam que não rimasse com vexame. Não deu!

A escalação que parecia surpreender com a entrada de Bernard, de um Brasil pra frente, sem medo, se desmoronou nos meninos logo no primeiro gol. Sim, meninos. Jogadores campeões pelos seus clubes, mas novatos, de vinte poucos anos que perderam o foco, como dizem; ?deu branco?, apagão este que sobrou pro Felipão sem mudar nada e ver a o time alemão atropelar.

Por fim, sobram as questões e reflexões, não só da derrota, mas de um todo futebol brasileiro, do poder e corrupção da CBF, da péssima qualidade do Brasileirão e campeonatos estaduais. Se tem algo que deu certo nisso tudo, foi a realização da copa, da festa do esporte, do futebol, sem problemas em aeroportos, filas, trânsitos, manifestações e violência. A Seleção perdeu o hexa, mas o povo brasileiro ganhou reconhecimento e admiração pela festa no Mundial 2014. A festa da Copa vai deixar saudades…

Fonte: Estadiovip.com.br