No repertório, canções de Lulu Santos, Luiz Gonzaga, Legião Urbana e outros artistas brasileiros. Os integrantes do projeto ?Sons no SUS’ tiveram o auxílio luxuoso de alguns integrantes da Residência Terapêutica, localizada no bairro Santa Maria. O encontro aconteceu na tarde desta terça-feira, 23, criando uma ponte entre servidores da Saúde de Aracaju e pacientes com transtornos mentais, que são atendidos pela Rede Municipal de Saúde.
As Residências Terapêuticas fazem parte da Rede de Atenção Psicossocial (REAPS) da Saúde de Aracaju e nasceram da ideia de desinstitucionalizar os antigos hospitais psiquiátricos. De acordo com a coordenadora das Residências Terapêuticas, Sílvia Góis, a visita dos integrantes do ?Sons no SUS’ trouxe uma tarde de alegria e maior interação entre os pacientes.
“Temos quatro Residências Terapêuticas em Aracaju, atendendo 26 pacientes ao todo. Funcionamos como uma casa, onde estes pacientes recebem auxílio do CAPS, ficando hospedados, convivendo em sociedade. As Residências foram criadas em 2006 e recebem verba do Ministério da Saúde, com o respaldo da Saúde de Aracaju. Esta foi a primeira vez que tivemos a presença do Sons no SUS dentro de uma Residência Terapêutica e pela boa receptividade dos pacientes teremos outros encontros. A nossa intenção é que nas Residências Terapêuticas aconteçam os ensaios dos integrantes do Sons no SUS”, explicou Silva.
Para Simone Barbosa, que trabalha no apoio às Residências Terapêuticas, o contato entre os pacientes e a música trouxe surpresas inesperadas, que certamente firmarão uma parceria longínqua entre artistas e moradores. “Já havíamos percebido o interesse dos pacientes pelo mundo musical. Assim, fizemos esse contato com os integrantes do Sons no SUS e o resultado foi muito bonito, pois despertou muitos sorrisos nos rostos dos nossos moradores”, disse.
De acordo com o coordenador do Núcleo de Projeto Inovadores (Nuprin) da Saúde de Aracaju, Murilo Andrade, o Sons no SUS foi criado para apresentar intervenções itinerantes, dessa vez a dinâmica da apresentação aconteceu de forma caseira, como uma reunião entre amigos, algo como uma passagem de som, tão comum entre bandas.
“Realizamos esta primeira intervenção numa Residência Terapêutica e vamos realizar outras três nos outros três endereços. Em seguida deveremos avaliar o resultado destas quatro visitas para formatar um projeto que envolva esse contato com os moradores das residências. Em nossa primeira visita notamos o quanto a música cria pontes simbólicas entre nós (os músicos) e os pacientes. Essa humanização dos ambientes também é um pilar de nosso trabalho. Foi possível, por exemplo, notar que usuários que não falavam muito, deixaram a música dominar um pouco suas vidas, mobilizando-os a cantar com a gente, interagindo com o momento”, pontuou Murilo, que estava acompanhado de Everson Vieira (no violão), Daise Raquel (percussão) e Marcela Souza (no violino).
Fonte: SERCOM Aracaju