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A polícia americana investiga as motivações de Omar Mateen, o atirador que matou 50 pessoas em uma boate gay em Orlando, nos Estados Unidos, na madrugada deste domingo (12). O massacre foi considerado o pior ataque a tiros da história do país.

O presidente americano Barack Obama disse que foi um “ato de terror e ódio”. Ele afirmou que as investigações ainda estão no começo.

O que se sabe
– O atirador matou 50 pessoas e deixou 53 feridas na boate Pulse.
– A polícia foi acionada, e o atirador fez reféns por algumas horas.
– Agentes entraram no prédio, mataram o atirador e libertaram os reféns.
– O atirador foi identificado como Omar Mateen, um cidadão americano de 29 anos.
– Ele já tinha sido investigado pelo FBI por possível ligação com terroristas, mas não estava sob observação no momento.
– Mateen comprou duas armas na última semana.
– O atirador ligou para o 911 pouco antes do ataque e disse ser leal ao Estado Islâmico.
– No final da tarde, a polícia começou a divulgar os nomes das vítimas.
– Não há informações sobre vítimas brasileiras.

O que falta saber
– Ainda não são conhecidas as motivações do atirador.
– Autoridades americanas não confirmaram ligação direta dele com o Estado Islâmico ou outra organização terrorista
– As investigações procuram saber se Omar Mateen tinha se radicalizado sem ter tido laço direto com o EI, como treinamento e qualquer comunicação.
– Ainda não saíram os nomes de todas as vítimas nem o estado de saúde dos feridos.

Veja a seguir mais detalhes sobre o caso.

atentado-orlando1Quem é o atirador?
Omar Saddiqui Mateen é cidadão americano e filho de pais afegãos. Ele nasceu em Nova York e vivia a 200 km de Orlando, na cidade de Port Saint Lucie, também na Flórida.

Segundo o jornal “Washington Post”, o pai do suspeito chama-se Seddique Mateen. De origem afegã, ele apresentava um programa sobre política e apoiava o regime talibã. Ainda segundo o jornal, Seddique chegou a se declarar candidato a presidente do Afeganistão.

Em entrevista ao canal de TV “NBC”, o pai do suspeito descartou motivações religiosas para o ataque e apontou para homofobia. “Isto não tem nada a ver com a religião”, disse, acrescentando que seu filho ficou transtornado, há mais ou menos dois meses, quando viu dois homens se beijando durante uma viagem a Miami. “Peço desculpas pelo incidente. Não éramos conscientes de que estivesse premeditando algum tipo de ação. Estamos em estado de choque da mesma forma que todo o país”, disse.

A ex-mulher de Mateen disse ao “Washington Post” que ele era violento, mentalmente instável e batia nela constantemente enquanto eles eram casados.

O suspeito já havia sido investigado porque havia citado possíveis ligações com terroristas a colegas de trabalho. Ele foi interrogado pelo FBI em duas ocasiões.

Apesar das investigações passadas, Omar Saddiqui Mateen não estava sendo investigado atualmente e não estava sob observação do FBI. Não há, por enquanto, evidências de que ele tenha sido treinado ou orientado pelo Estado Islâmico, segundo a rede “CNN”.

Mais cedo, uma agência de notícias ligada ao Estado Islâmico afirmou que o ataque foi realizado por um “combatente” do grupo, sem fazer referência à identidade de Mateen.

Que armas o atirador usou?

Segundo a Agência de Álcool, Tabaco e Armas de Fogo (ATF, da sigla em inglês), as armas usadas no ataque são um rifle AR calibre .223 e uma pistola 9mm semiautomática.

A polícia também apreendeu no local do crime muitas munições.

Qual foi o motivo do atirador?
O FBI abriu uma investigação por “ato de terrorismo”. Os policiais buscam determinar o que levou o homem a entrar armado na boate na noite do Orgulho Gay nos Estados Unidos.

O FBI disse ele tinha interesse por “essa ideologia particular”, referindo-se ao movimento islamita radical. O pai do suspeito, Mir Seddique, declarou, porém, que “isso não tem nada a ver com religião”.

Seddique explicou à rede “NBC” que seu filho se irritou, há algum tempo, quando viu dois homens se beijarem na frente de seu filho e de sua mulher, em Miami.

Qual era o alvo do atirador?
A boate Pulse, local do massacre de Orlando, é uma das casas noturnas mais emblemáticas da causa da comunidade LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais) na Flórida e nos Estados Unidos.

O estabelecimento foi fundado em 2004, após um drama familiar: a morte, em 1991, do irmão da cofundadora e coproprietária do local, vítima da Aids.

A Pulse faz parte de uma rede comunitária dinâmica na Flórida para “despertar as consciências” sobre a homossexualidade nos Estados Unidos e no mundo.

O que aconteceu dentro da boate?
A polícia de Orlando informou que foi chamada por volta das 2h (3h de Brasília) de domingo e, quando agentes chegaram à boate, houve troca de tiros do lado de fora e o atirador voltou para dentro e fez reféns por algumas horas.

“Às… 5h nesta manhã, foi tomada a decisão de resgatar as vítimas mantidas reféns dentro do local. Nossos policiais trocaram tiros com o suspeito. O suspeito está morto”, disse o chefe de polícia de Orlando, John Mina.

Para entrar na casa noturna, a polícia realizou uma “explosão controlada” com ajuda de uma equipe da Swat. Ao menos um policial ficou ferido na troca de tiros com o agressor, mas a ação da polícia salvou ao menos 30 vidas, disse Mina.

Não ficou claro quando as vítimas dentro do clube morreram, se foi antes, durante a tomada de reféns ou no confronto entre o atirador e a polícia.

O que contaram as testemunhas?
“Por volta das 2h, alguém começou a atirar. As pessoas se jogaram no chão”, contou um dos frequentadores, Ricardo Negron, à “Sky News”. A testemunha disse ter ouvido disparos contínuos por quase um minuto, embora tenha parecido muito mais. “Havia sangue por toda a parte”, disse outra testemunha.

Javier Antonetti, de 53 anos, disse ao jornal “Orlando Sentinel” que estava perto da parte dos fundos da boate quando ouviu tiros. “Houve tantos (tiros), ao menos 40”, disse.

Rosie Feba estava com uma amiga quando os disparos começaram. “Ela me disse que alguém estava atirando. Todo mundo se jogou no chão”, contou ao jornal “Orlando Sentinel”. “Disse a ela que não acreditava, achei que fosse parte da música, até que vi fogo saindo da arma.”

Como foi a repercussão do caso?
A Casa Branca, os virtuais candidatos à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump e Hillary Clinton, políticos do mundo inteiro, celebridades e esportistas comentaram o ataque.

O presidente dos EUA, Barack Obama, afirmou que foi um ato de terror e de ódio. Hillary defendeu manter as armas longe de terroristas e criminosos. Trump cobrou mais rigor e cautela ao lidar com o terrorismo islâmico radical.

O papa Francisco expressou sentimentos de repulsa e condenação, de dor e de confusão “frente a esta nova manifestação de uma loucura assassina e de um ódio sem sentido”.

A cantora Madonna pediu basta aos crimes de ódio. O cantor Elton John disse que seu coração está com as famílias e amigos das vítimas.

A presidente afastada Dilma Rousseff também expressou seus sentimentos às famílias e ao povo americano. O presidente em exercício Michel Temer lamentou a tragédia e expressou sua solidariedade.

Como este caso se compara com outros de violência nos EUA?
Mais pessoas foram mortas no ataque deste domingo do que qualquer outro a tiros nos Estados Unidos.

Até então, o pior ataque registrado havia ocorrido em 2007, quando um estudante matou 32 pessoas e se suicidou no campus da Universidade de Virginia Tech.

O caso mais recente ocorreu em 2 de dezembro de 2015. Syed Farook e Tashfeen Malik foram acusados de matar 14 pessoas e ferir 21 em um tiroteio em um centro para pessoas com deficiência na cidade de San Bernardino, 100 km ao leste de Los Angeles.

Fonte: G1

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